Essa é uma das situações mais desafiadoras que encontramos no consultório.
Receber esse diagnóstico pode gerar muitas dúvidas e preocupações, mas é importante entender o que de fato ele significa e quais caminhos estão disponíveis a partir daí.
O que é considerado uma reserva ovariana diminuída?
Quando dizemos que a reserva ovariana está diminuída, estamos nos referindo a uma quantidade menor de folículos disponíveis nos ovários em comparação ao esperado para a idade.
Isso significa que o “estoque” de óvulos está se esgotando em um ritmo mais acelerado.
Mas é importante frisar:
- A reserva ovariana não mede a qualidade dos óvulos, apenas a quantidade.
- Mulheres jovens com reserva diminuída ainda podem ter óvulos de boa qualidade.
- Já mulheres com idade mais avançada podem ter quantidade razoável, mas com óvulos de qualidade reduzida.
Em resumo: reserva diminuída não significa infertilidade imediata, mas indica a necessidade de atenção e, muitas vezes, planejamento reprodutivo mais ágil.
Quais exames confirmam uma reserva diminuída?
A avaliação é feita por exames que permitem identificar esse cenário com segurança:
- Hormônio Antimülleriano (AMH): valores abaixo de 1,0 ng/ml geralmente sugerem baixa reserva.
- Contagem de Folículos Antrais (CFA): ultrassom no início do ciclo mostrando menos de 5 a 7 folículos somados nos dois ovários costuma indicar diminuição.
- FSH (Hormônio Folículo-Estimulante): quando elevado no 3º dia do ciclo, aponta que os ovários estão exigindo maior esforço do organismo para recrutar folículos.
O ideal é que esses exames sejam interpretados em conjunto, por um especialista, sempre considerando a idade da paciente e seu histórico.
Quais são os sinais de alerta?
Alguns fatores aumentam a chance de encontrar reserva diminuída e justificam avaliação precoce:
- Idade acima de 35 anos.
- Histórico familiar de menopausa precoce.
- Ciclos menstruais irregulares.
- Endometriose diagnosticada.
- Dificuldades para engravidar após tentativas regulares.
- Tratamentos prévios com quimio ou radioterapia.
Como posso saber minha situação na prática?
Dois pontos já fornecem uma boa noção inicial:
- Sua idade.
- O resultado do AMH.
👉 Para facilitar, criamos uma calculadora de reserva ovariana: basta inserir esses dados e obter uma estimativa em segundos.
(Link para a calculadora)
⚠️ Lembre-se: esse cálculo não substitui a avaliação médica, mas pode ser um primeiro passo para guiar suas decisões.
O que fazer se minha reserva ovariana estiver diminuída?
Descobrir essa condição não significa que o sonho da maternidade acabou. A medicina reprodutiva oferece alternativas que podem fazer diferença:
- Congelamento de óvulos: indicado para quem deseja adiar a gravidez e ainda tem óvulos viáveis para preservar.
- Fertilização in vitro (FIV): permite formar embriões em laboratório e aumentar as chances de gestação.
- Ovodoação: uma possibilidade segura e acolhedora em casos de reserva muito comprometida.
O essencial é não adiar a avaliação. Cada mulher tem uma história única, e o aconselhamento individualizado ajuda a equilibrar expectativas, tempo e possibilidades médicas.

Dr. João Guilherme Grassi
Sou o Dr. João Guilherme Grassi, médico especialista em reprodução humana.
Minha atuação é focada em tratamentos individualizados, sempre levando em consideração a sua história, os seus sonhos e os seus objetivos.
Acredito que informação é parte essencial do processo — por isso, dedico tempo a educar, acolher e orientar quem deseja compreender melhor sua fertilidade.
Meu maior compromisso é oferecer caminhos realistas e, ao mesmo tempo, cheios de esperança, para ajudar você a realizar o sonho de construir uma família.



