Cada vez mais tratamentos são realizados com o uso do PGTA. Na maioria das vezes, infelizmente, é realizado sem indicação correta e sem orientações adequadas aos pacientes sobre os impactos e riscos destale procedimento invasivo. Compartilho aqui alguns desses riscos importantes que devem ser esclarecidos aos casais ANTES da realização
Descarte de Embriões Viáveis:
Diversos estudos apontam que o PGT-A pode resultar no descarte de embriões que são erroneamente classificados como aneuploides, mas que, na verdade, poderiam resultar em gravidezes normais e saudáveis. Patrizio et al. (2019) mencionam que muitas clínicas já reportaram nascimentos vivos de embriões que foram inicialmente classificados como “anormais” pelo PGT-A, sugerindo que o teste pode não ser totalmente confiável em todos os casos.
Falsos Positivos e Mosaico:
A capacidade do PGT-A de detectar mosaicos, onde apenas algumas células do embrião são aneuploides, também levanta preocupações. Isso pode levar à rejeição de embriões que poderiam ter se desenvolvido normalmente. A triagem para mosaicismo ainda é uma área de debate, e as diretrizes para interpretar esses resultados ainda estão evoluindo.
Limitações Técnicas e Interpretativas:
A variação entre diferentes plataformas de teste (NGS, aCGH, etc.) e a interpretação dos resultados pode levar a inconsistências. Como mencionado por vários estudos, incluindo o de Gleicher et al., a tecnologia usada e os critérios de interpretação podem influenciar significativamente os resultados e decisões clínicas.
Impacto Psicológico e Financeiro:
O PGT-A pode aumentar o custo do tratamento de fertilização in vitro (FIV) e adicionar um nível de estresse psicológico aos pacientes. Se os embriões são classificados como aneuploides e descartados, isso pode resultar em ciclos adicionais de FIV, aumentando os custos e o impacto emocional nos pacientes.
Taxas de Abortos Espontâneos:
Embora alguns estudos indiquem que o PGT-A pode reduzir a taxa de abortos espontâneos ao selecionar embriões euploides para transferência, outros estudos questionam essa conclusão, sugerindo que a taxa de abortos pode não ser significativamente afetada pela triagem.



