Nos últimos dias, com a repercussão do caso da atriz Mariana Rios, o termo “incompatibilidade genética” passou a circular com força nas redes sociais. Mas será que o que estão falando por aí está realmente certo?
A verdade é que esse termo não é o mais correto do ponto de vista científico. O que pode existir, em alguns casos, é um risco aumentado de doenças genéticas recessivas, quando o casal carrega alterações no mesmo gene.
Cada pessoa carrega, em média, 2 a 3 mutações em genes relacionados a doenças recessivas. Isso é normal e não significa que a pessoa tenha uma doença. Mas, se os dois parceiros tiverem alterações no mesmo gene, há um risco de 25% de o bebê herdar duas cópias alteradas e manifestar a condição.
Calma, isso é menos comum do que você imagina.
Qual a chance real disso acontecer?
Em casais sem nenhum histórico familiar, esse risco existe em cerca de 1 a cada 100 casais (1%). Ou seja, é raro, mas pode acontecer – por isso a informação é tão importante.
Existe um exame chamado painel de portadores, que analisa centenas de genes e pode ser feito por qualquer casal. Ele é especialmente útil em casos de: histórico de filhos nascidos com doenças genéticas, casamento em consanguinidade (por exemplo primos)
E se o casal for identificado como portador do mesmo gene?
Não é o fim do sonho de ter um filho saudável. A ciência permite caminhos seguros, como a fertilização in vitro com PGT-M (análise genética para doenças monogenicas), que seleciona embriões livres da doença. E, quando necessário, ainda existe a opção de gametas doados – sempre respeitando os valores e os desejos do casal.
Compartilhe esse post! Muita gente está sendo mal informada.
Genética não é destino. A informação liberta. A ciência acolhe.