A idade do homem interfere na fertilidade? Descubra a verdade

Entenda como o envelhecimento masculino impacta a qualidade do sêmen, o risco de alterações genéticas e o planejamento do casal.

O mito da “fertilidade eterna” masculina

É comum ouvir que “homem é fértil a vida toda”. A realidade é mais complexa: a capacidade de produzir espermatozoides continua, mas a qualidade do sêmen tende a cair com o tempo. Isso pode afetar as chances de gravidez e o tempo até a concepção.

O que muda com a idade: quantidade x qualidade

Diferente do que acontece com a mulher, o homem não “zera” sua reserva. Ainda assim, a partir dos 40 anos observamos com mais frequência:

     

      • Redução da motilidade (movimento) e morfologia (forma) dos espermatozoides;

      • Aumento de fragmentação do DNA espermático, dificultando fecundação e evolução embrionária;

      • Mais alterações cromossômicas e maior taxa de mutações de novo, associadas a risco de abortamentos espontâneos e a algumas condições genéticas nos filhos;

      • Possível queda no volume seminal e alterações no pH.

    Em resumo: a idade não impede a produção, mas pode diminuir a eficiência reprodutiva.

    Fatores que potencializam o efeito da idade

    Envelhecimento raramente age sozinho. Há elementos que agravam o impacto na fertilidade masculina:

       

        • Tabagismo, álcool em excesso e drogas;

        • Obesidade e sedentarismo;

        • Calor escrotal crônico (notebooks no colo, banhos muito quentes, saunas frequentes);

        • Exposição ocupacional a solventes e metais;

        • Doenças crônicas mal controladas (diabetes, hipertensão), varicocele e infecções genitais;

        • Privação de sono e estresse persistente.

      A boa notícia: mudar hábitos e tratar condições clínicas pode melhorar parâmetros seminais.

      Exames que avaliam a fertilidade masculina

      Para analisar o impacto da idade (e de outros fatores), costumamos solicitar:

         

          • Espermograma completo: volume, concentração, motilidade e morfologia;

          • Teste de fragmentação do DNA espermático: útil em casos de abortamento de repetição, falhas de implantação ou idade avançada;

          • Avaliação hormonal (FSH, LH, testosterona) quando indicado;

          • Ultrassonografia para investigar varicocele e anatomia testicular;

          • Cariotipo/estudos genéticos em situações específicas.

        No Centro de Fertilidade SAAB, a avaliação é realizada no casal, nunca apenas na mulher. Fertilidade é parceria.

        Planejamento reprodutivo para ele: o que fazer hoje

           

            • Não postergar sem necessidade: se existe desejo de ter filhos, planeje.

            • Otimize o estilo de vida por 90 dias (um ciclo completo de espermatogênese):

                 

                  • sono 7–8h/noite;

                  • atividade física regular;

                  • dieta rica em frutas, verduras, peixes (padrão mediterrâneo);

                  • reduzir álcool, zerar cigarros;

                  • controle de peso e manejo do estresse.

              • Trate varicocele quando clinicamente indicado.

              • Considere criopreservação (congelamento) de sêmen se pretende adiar a paternidade ou antes de tratamentos que possam afetar a fertilidade.

              • Faça check-up reprodutivo anual a partir dos 35–40 anos, especialmente se houver histórico de infertilidade no casal.

            E quando procurar ajuda?

               

                • Casais com menos de 35 anos: após 12 meses de tentativas sem sucesso;

                • 35 anos ou mais (um ou ambos): após 6 meses;

                • Imediatamente, se houver fatores conhecidos (varicocele, quimioterapia prévia, criptorquidia, alterações no espermograma, ciclos irregulares na parceira, etc.).

              Tratamentos possíveis quando há impacto da idade

              A abordagem é individualizada. Dependendo do caso, avaliamos desde condutas clínicas (mudança de hábitos, tratamento de varicocele) até técnicas de reprodução assistida:

                 

                  • Coito programado (quando parâmetros são limítrofes e a parceira tem boa reserva);

                  • Inseminação intrauterina (IIU) (casos leves de fator masculino);

                  • FIV/ICSI (fertilização in vitro / injeção intracitoplasmática) quando há alteração mais importante ou idade avançada combinada;

                  • Testes genéticos do embrião (quando indicados) para reduzir risco de aneuploidias;

                  • Uso de sêmen de banco em situações específicas.

                FAQ rápido

                1) Depois dos 50 anos é impossível ser pai?

                Não. É possível, mas a qualidade seminal costuma ser menor e o risco reprodutivo é maior. A decisão deve ser planejada e orientada por especialista.

                2) Só a idade da mulher importa?

                Não. A saúde reprodutiva do homem também pesa: sêmen, genética, estilo de vida e doenças associadas.

                3) Vale a pena congelar sêmen preventivamente?

                Em muitos cenários, sim — especialmente se você pretende adiar a paternidade ou passará por tratamentos que podem afetar os testículos.

                Conclusão e próximo passo

                Idade importa para o homem, sim. Ela não impede a produção de espermatozoides, mas pode reduzir a qualidade e elevar riscos genéticos. A melhor estratégia é prevenção, estilo de vida saudável e avaliação conjunta do casal.
                Se você quer entender seu momento reprodutivo, agende uma avaliação no Centro de Fertilidade SAAB e conversem sobre o melhor plano para o seu caso.

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