Com que idade a reserva ovariana começa a cair?

Essa é uma dúvida central para quem deseja planejar a maternidade.
A reserva ovariana não diminui de forma constante: a perda de óvulos acontece de forma acelerada com o passar dos anos, e entender essa curva é essencial para decisões conscientes.

A curva natural da reserva ovariana

  • Ao nascer: cerca de 1 a 2 milhões de óvulos (100% do estoque).
    • Até a puberdade, a maior parte já se perde naturalmente.
  • Na puberdade (12-13 anos): restam em torno de 300 a 400 mil óvulos (~25% do estoque inicial).
    • A perda é gradual, mas ainda sem grande impacto clínico.
  • Aos 30 anos: cerca de 12% da reserva inicial.
    • A queda, que até então era lenta, começa a se acelerar a partir dessa idade.
  • Aos 35 anos: por volta de 8% da reserva inicial.
    • É o ponto em que a curva entra em declínio mais acentuado: a cada ano, a perda é maior e a qualidade dos óvulos também começa a cair mais rapidamente.
  • Aos 37 anos: restam apenas 3 a 5% da reserva inicial.
    • Aqui ocorre uma aceleração crítica: a perda anual de óvulos aumenta muito, e o risco de alterações cromossômicas cresce de forma significativa.
  • Aos 40 anos: menos de 1% da reserva inicial.
    • A queda já atingiu níveis muito baixos, e a maioria dos óvulos apresenta alterações que reduzem as chances de gravidez natural e aumentam o risco de aborto.

Ou seja: a queda é contínua desde o nascimento, mas se torna clinicamente relevante a partir dos 30, bem acelerada após os 35, e quase exponencial após os 37 anos.

Quantidade x qualidade

  • Quantidade: a reserva ovariana nos mostra quanto ainda resta.
  • Qualidade: depende principalmente da idade, e explica por que mesmo mulheres com boa reserva acima dos 40 anos podem ter dificuldade para engravidar.

Como avaliar a queda individualmente?

Para ajudar a entender se a reserva está dentro do esperado para a sua idade, criamos uma calculadora de reserva ovariana.
Nela, basta inserir:

  • Sua idade.
  • O valor do AMH.

O resultado mostra em qual percentil da distribuição normal você está. Isso permite comparar seu exame com o esperado para mulheres da mesma idade — entendendo se a queda está dentro da média, acelerada ou mais lenta.

Conclusão

A reserva ovariana cai desde cedo, mas:

  • Até os 30 anos: queda lenta, geralmente sem impacto clínico.
  • Após os 35 anos: queda mais acelerada, com impacto direto nas chances de gestação.
  • Após os 37 anos: queda crítica, com redução drástica da quantidade e da qualidade dos óvulos.
  • Aos 40 anos ou mais: restam menos de 1% dos óvulos iniciais.

Ter clareza sobre essa curva é fundamental para decidir o melhor momento de engravidar ou, quando necessário, considerar opções como o congelamento de óvulos.

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