Essa é uma das dúvidas mais comuns no consultório. Muitas mulheres acreditam que basta ter uma “boa reserva ovariana” para garantir a fertilidade, enquanto outras se assustam ao receber um resultado considerado baixo.
Mas afinal: a reserva ovariana realmente define se uma mulher é fértil ou não?
O que a reserva ovariana mede
A reserva ovariana é a quantidade de folículos/óvulos disponíveis nos ovários em determinado momento da vida.
Ela pode ser estimada por exames como:
- Hormônio Antimülleriano (AMH).
- Contagem de Folículos Antrais (CFA) por ultrassom.
- FSH do 3º dia do ciclo.
Esses exames nos dizem quantos óvulos ainda restam, mas não dizem nada diretamente sobre a qualidade desses óvulos.
Fertilidade: quantidade vs. qualidade
A fertilidade depende de dois fatores principais:
- Quantidade de óvulos (reserva ovariana).
- Quanto menor a reserva, menor a chance de resposta a tratamentos como indução da ovulação ou fertilização in vitro.
- Em casos de reserva muito baixa, pode haver dificuldade até em obter óvulos para formar embriões.
- Quanto menor a reserva, menor a chance de resposta a tratamentos como indução da ovulação ou fertilização in vitro.
- Qualidade dos óvulos.
- Está diretamente relacionada à idade.
- Mesmo com baixa reserva, uma mulher de 28 anos pode ter óvulos de excelente qualidade, capazes de gerar gravidez naturalmente ou com tratamentos.
- Por outro lado, uma mulher de 42 anos pode ter uma reserva considerada “boa” em número, mas com óvulos de qualidade reduzida, o que dificulta a gestação.
- Está diretamente relacionada à idade.
👉 Em resumo: a reserva ovariana é apenas parte da equação da fertilidade.
O que a reserva ovariana NÃO mostra
- Não prevê sozinha se a mulher conseguirá engravidar naturalmente.
- Não mede a chance de aborto, que aumenta com a idade devido a alterações cromossômicas.
- Não garante que, mesmo com valores bons, a gravidez acontecerá sem dificuldades.
Quando vale a pena avaliar a reserva ovariana?
- Mulheres acima de 35 anos que pensam em engravidar.
- Casais com tentativas de gravidez sem sucesso.
- Pacientes com endometriose, histórico familiar de menopausa precoce ou que já passaram por quimio/radioterapia.
- Mulheres jovens que desejam adiar a maternidade — nesses casos, a avaliação ajuda a decidir se vale congelar óvulos.
Como entender meu resultado na prática?
Para tornar a interpretação mais clara, criamos uma calculadora de reserva ovariana.
Ao inserir sua idade e o valor do AMH, você recebe o percentil da distribuição normal para a sua faixa etária.
Isso ajuda a visualizar se a sua reserva está acima, dentro ou abaixo da média esperada, facilitando o entendimento do resultado.
⚠️ Importante: o cálculo é um primeiro passo. A decisão sobre o que fazer a partir desse resultado deve ser tomada junto a um especialista, considerando seus planos de vida e outras condições de saúde.
Conclusão
A reserva ovariana é uma ferramenta valiosa para avaliar o potencial reprodutivo, mas não é sinônimo de fertilidade.
Ela mostra a quantidade de óvulos disponíveis, enquanto a idade é o principal determinante da qualidade desses óvulos.
Por isso, uma interpretação correta — com apoio de exames, da calculadora de percentil e da orientação médica — é fundamental para planejar o futuro reprodutivo de forma realista e segura.

Dr. João Guilherme Grassi
Sou o Dr. João Guilherme Grassi, médico especialista em reprodução humana.
Minha atuação é focada em tratamentos individualizados, sempre levando em consideração a sua história, os seus sonhos e os seus objetivos.
Acredito que informação é parte essencial do processo — por isso, dedico tempo a educar, acolher e orientar quem deseja compreender melhor sua fertilidade.
Meu maior compromisso é oferecer caminhos realistas e, ao mesmo tempo, cheios de esperança, para ajudar você a realizar o sonho de construir uma família.



